
Vamos Plantar Juntos?

O Coletivo Raiz, formado por produtores da região está divulgando conceitos e técnicas para quem quer aproveitar o cenário atual para lidar com a terra de forma integrativa, aproximando-se da natureza.
As bases para as práticas vêm da Agrofloresta, Permacultura e outros tipos de cultivo que enxergam o ser humano como parte integrante do meio ambiente e capaz de trabalhar em favor da natureza, protegendo sua biodiversidade e se benefi ciando dela. Você pode começar exatamente onde você está, vamos juntos?
Primeiro passo: organização do espaço
– Observe o local. “As plantas precisam de sol, água e estar protegidas do vento. Espaços com sombra leve também são aptos para plantio. A melhor orientação vai ser norte-sul”, explica a produtora Maria Mendizábal.
Mãos à terra
– Delimitar preferencialmente espaços planos para organizar os canteiros.
A sugestão de largura dos canteiros é de 50 a 70 cm, deixando caminhos no meio da mesma distância para trabalhar confortavelmente.
– Os solos para o plantio podem ser argilosos, arenosos ou intermediários. Mas independentemente do tipo de solo que você tenha, é preciso cobri-lo com matéria orgânica: troncos, folhas, grama cortada, galhos.
Folhas e caules de bananeiras são muito bons para cobrir o solo”, completa a produtora.

Solo rico, alimento rico
Os nutrientes são resultado do trabalho de diversos seres vivos como minhocas, vermes, bactérias, fungos. “Os principais macronutrientes são nitrogênio, fósforo e potássio e os micronutrientes cálcio, magnésio, enxofre, ferro, manganês, boro, zinco… Mas a lista é grande. Por isso, a importância de se manter a biodiversidade”, enumera Maria.
“Esses nutrientes assimilados e pelas plantas são os mesmos que nós, seres humanos, precisamos para nos nutrir. Ou seja, a saúde vem de baixo para cima! Quanto mais rico é um solo, mais saudáveis são as plantas que crescem nele e os seres que se alimentarem delas.
Além disso, um solo rico em microrganismos e biodiversidade na volta não apresenta doenças e ataques de pragas”, explica.

“Outra coisa muito importante é não revirar a terra! Revirar a terra acaba com os microrganismos do solo. Na agricultura tradicional, se ara e remexe a terra. E, por isso precisam de fertilizantes e venenos para sustentar esse cultivo feito em solos mortos. Você não precisa revirar a terra, apenas colocar a cobertura acima.
Vamos tentar imitar a floresta, que sempre tem o solo coberto, ou com plantas ou com folhas”, compara. “Cada espécie de planta tem em suas raízes associações específicas com bactérias e fungos. Então, quanto mais variedade de espécies tiver, mais vai aumentar a diversidade abaixo e acima.”
Hora de plantar
Dentro de uma ou duas semanas, a umidade e obscuridade que a cobertura proporcionam vão viabilizar o aparecimento dos responsáveis pelo trabalho da terra. E aí, pode começar o plantio. Fácil, não? Agora é com você. Mãos à terra!
Colaboração: Ambaí Projetos e Mudas (Para seguir no insta: @ambaiprojetos)