
Mundo digital e as crianças

Foto: Gizmodo / Cape Cod Healthcare
Pesquisa recente da Sociedade Brasileira de Psicologia mostra 86% das crianças entre 9 e 17 anos está conectada. De cada três internautas, um é criança. “A tecnologia nos dias de hoje afeta os hábitos das crianças, podendo causar prejuízos e danos à saúde. Todos nós, antes de qualquer tomada de atitude, devemos aprender o uso ético, seguro, saudável e educativo da internet. Adolescentes, por exemplo, passam mais tempo nas telas do que em qualquer outra atividade que exerçam, exceto, dormir”, alerta o médico pediatra Rômulo Warken.
“O desenvolvimento cerebral nos primeiros mil dias de vida é de fundamental importância para as conexões neuronais, desenvolvendo a linguagem, a cognição e modelamento da produção de neurotransmissores e sinapses. O olhar e presença da mãe/pai (família) é fundamental como fonte de estímulos e cuidados do apego que não pode ser substituído pelas telas”, completa.
O médico aponta que o atraso da fala é frequente em bebês que ficam passivamente expostos às telas por período prolongado. “O uso da internet com gratificações por pontos ou likes se torna impulsivo e automático, aliviando situações de tédio, estresse e depressão. Trazem desafios e recompensas, passando a ser uma solução rápida para desaparecerem sentimentos perturbadores e emoções com as quais as crianças não conseguem lidar.”
PREJUÍZOS ASSOCIADOS AO USO CRÔNICO
- Ansiedade e depressão, tendência ao isolamento.
- Imagem corporal prejudicada, narcisismo e necessidade de autoestima constante, prejudicando a própria identidade.
- Irritabilidade e agressividade, transtornos de humor.
- Distúrbios do sono, com sonolência diurna e dificuldade de memória e concentração.
- Transtorno de aprendizado.
- Obesidade, comendo mais e com menor qualidade (fast food). Não existe tempo para sair da tela!
- Techno-stress, perdendo a noção da realidade.
- Consumo de álcool, tabaco e outras drogas em excesso, proporcional ao seu grau de exposição à mídia.
- Aumento de violência, abusos, fatalidades com jogos online que estimulam situações de morte.
- Transtornos de postura, miopia, distúrbios visuais.
- Bullyng.
- Distúrbios da sexualidade, abuso sexual e estupro virtual.
“O mais importante é a conscientização dos pais a respeito de impor limites, com cuidados para compartilhar a vida on e off-line com os filhos”, sugere o médico Rômulo Warken.
